27 outubro 2006

O novo Muro de Berlim

Parece que os Estados Unidos estão sempre apostados em inovar. 17 anos após a queda do Muro de Berlim (curiosamente na altura em que George Bush acabava de se eleger presidente dos EUA) George W. Bush teve uma ideia brilhante para reavivar as memórias da Guerra Fria. Bem diferente do Muro de Berlim, é certo, o presidente dos Estados Unidos aprovou uma lei para a construção de uma cerca de 1.126 quilómetros ao longo da fronteira do país com o México. Diz a Reuters que tal medida teve a ver com interesses políticos (como habitualmente), sempre disfarçados (à boa maneira americana) com enredos mais ou menos (i)morais tendo como pretexto o impedimento da imigração ilegal.
Esta é, deveras, uma questão importante nos Estados Unidos ou em qualquer outro ponto do mundo. Travar as redes (aqui também se pode aplicar o termo de terroristas, na sua versão aterrorizadora) de imigração ilegal é das questões que mais urge em qualquer país que se debata com este problema. Determinar leis que protejam os imigrantes é, concerteza, fundamental. Ao contrário de todas as políticas, o império da liberdade, o país onde o sonho americano ainda impera, decide construir uma cerca.
O Muro de Berlim foi construído em 1961, não só como símbolo da divisão das duas Alemanhas, mas também como emblema da separação do mundo em dois blocos: Berlim Ocidental (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos da América, e Berlim Oriental (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético.
Mais de quatro décadas depois e, por imposição dos mesmos interesses (políticos, leia-se), os EUA continuam a conseguir por e dispor das suas já conhecidas decisões “unilaterais”. A próxima medida será colocar uma rede de caçar baleias na fronteira entre a Florida e Cuba? Não parece.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo contigo, mas tendo acompanhado o processo "in loco" posso-te dizer que o considero um mal "menor". A imigração é de facto um problema gigantesco nos EUA e sendo impossível qualquer governo controlar as fronteiras de um país com tantos quilómetros de fronteira via-se cada vez mais, mílicias privadas (e armadas) de direita a fazê-lo. Eu preferia dar com a cara num muro do que numa bala :).