27 abril 2007

Today… is the last day…

É verdade. Hoje coloco um ponto final numa etapa da minha vida. Sinceramente, nunca parei para pensar se fiz bem, ou mal, embora antes de tomar qualquer decisão, pense mais de mil vezes. Mas desta vez foi diferente. Não quer dizer que não sinta receio, até porque toda e qualquer mudança trás sempre consigo a carga que ela representa: a mudança. Contudo, nestes momentos, gosto sempre de recordar algumas frases de um escritor que admiro muito e que diz: "É preciso correr riscos, seguir certos caminhos e abandonar outros. Nenhuma pessoa é capaz de escolher sem medo”. Mas ele diz também que "Jamais deixe que as dúvidas paralisem suas acções. Tome sempre todas as decisões que precisar tomar, mesmo sem ter a segurança de estar decidindo correctamente." Eu decidi correctamente.
Em breve, novos desafios esperam-me e posso dizer que estou pronta para enfrentá-los. Por agora, vou curtir umas merecidas férias, vou passear, arejar, estar ao lado das pessoas que amo, para depois, então, trilhar o novo caminho que me espera. Sem medos.
É mais ou menos assim (eu hoje estou assim, sei lá, virada para o emocional, hihih) como diz uma música do grande Jorge Palma…



“Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar”

26 abril 2007

Jornalismo de luto

2006 foi o ano mais mortífero para os jornalistas, com cem mortos registados, segundo dados revelados pelo Instituto Internacional da Imprensa (IPI). Destes, 46 perderam a vida, vítimas do conflito no Iraque que, pelo quarto ano consecutivo, continua a ser o país mais mortífero.
Mas a revelação mais preocupante e de acordo com o IPI é que quase todos os casos foram "assassínios premeditados", chegando-se mesmo a falar em “guerra contra o jornalismo”.
O certo é que vários repórteres de cadeias mundialmente conhecidas foram mortos em conflitos como o do Iraque onde, desde o início da ofensiva já morreram 196 profissionais da comunicação.
Contudo, o caso mais flagrante continua a ser o da jornalista russa Anna Politkovskaya, que foi encontrada morta no elevador do prédio onde vivia, havendo suspeitas policiais de que se trate de um homicídio relacionado com a sua profissão.
O certo é que a repórter fez carreira como jornalista de investigação e, no âmbito da cobertura crítica da guerra na Chechénia, escreveu sobre assassínios, torturas e espancamentos de civis pelas forças russas, recebendo vários galardões de jornalismo.
O problema é que, mesmo em países onde impera a democracia, os jornalistas continuam a ser manipulados das mais variadas formas e se alguma ovelha resolve fugir do rebanho, as coisas acabam por se complicar, com a corda a rebentar para o lado do mais fraco.
Mesmo com todos os riscos, muitos são os jornalistas que arriscam a vida em prol da profissão, esperando que o seu sacrifício valha a pena pelo o rigor da informação. Só espero que todo este esforço não seja em vão, e que o lugar conquistado ao longo dos anos pela imprensa não sofra um retrocesso, e que o lápis azul da censura não volte a sair da gaveta.

17 abril 2007

O reverso da medalha


Outrora ilha paradisíaca, com praias de perder de vista, pouca gente, terra pacata. Há 15 anos atrás apenas os mais abonados tinham o privilégio de passar umas férias tranquilas na Ilha do Sal (Cabo Verde). Hoje, por – como se costuma dizer – “tuta-e-meia” qualquer um pode viajar até aquela ilha africana para um merecido descanso. Contudo, o desenvolvimento que o turismo levou à ilha, começa a revelar o reverso da medalha.
De acordo com o jornal “Expresso das Ilhas”, a droga e a prostituição começam a tomar conta das ruas da ilha, sem que qualquer medida esteja a ser tomada. Os habitantes queixam-se da falta de segurança e atribuem culpas ao turismo desmesurado.
Este é apenas um caso igual a tantos outros, em que o desenvolvimento não sustentado torna um paraíso num inferno. É claro que a pobreza que o continente africano enfrenta, tem grande cota de culpa, mas a mim custa-me ver belezas naturais como esta, começarem a fazer parte de outras rotas que não as do turismo de qualidade.

09 abril 2007

Saudade...

“Em todas as línguas do mundo existe um mesmo ditado: o que os olhos não vêem, o coração não sente. Pois eu afirmo que não há nada mais falso do que isso; quanto mais longe, mais perto do coração estão os sentimentos que procuramos sufocar e esquecer. Se estamos no exílio, queremos guardar cada pequena lembrança de nossas raízes; se estamos distantes da pessoa amada, cada pessoa que passa pela rua nos faz lembrar dela”.


Paulo Coelho
"Onze Minutos"