29 dezembro 2006

Crise? Onde?


Depois de fúria consumista do Natal, esperava-se que os portugueses se contivessem e poupassem os trocos que restaram. Mas não. Parece que a saga continua. A três dias do final do ano, os mais luxuosos hotéis e estâncias turísticas estão completos, e com preços que vão até aos 500 euros por noite. Mas não é só em terras lusitanas que os portugueses se aventuram para uma passagem de ano de sonho. Procuram ainda a vizinha Espanha, mas vão mais longe e as Caraíbas, ou o Brasil são também destinos muito procurados e, a avaliar pelos voos esgotados e pelos cruzeiros a ‘rebentar pelas costuras’, muitos são os portugueses que vão rumar ao estrangeiro nesta época.
Ora, depois dos oito milhões de euros gastos, por hora, na semana anterior ao Natal, e com os hotéis esgotados para os programas de passagem de ano, quem pode falar em crise? Tristezas não pagam dívidas, é certo, mas o sobreendividamento a que os portugueses se sujeitam só vai servir para adiar a lenta e tão esperada recuperação económica do país. Assim, “não há ECU que aguente”.

22 dezembro 2006

Feliz Natal


Não nego. Sempre gostei do Natal. Não tem nada a ver com prendas nem com o consumismo desmesurado, até porque nem gosto da confusão que as compras de Natal geram. A mim o Natal lembra-me a minha mãe na cozinha a fritar filhós, o cheiro da lenha das lareiras, o pedido do presente ao Menino Jesus e não a Pai Natal e quase não dormir para ver as prendas que me estavam reservadas na manhã do dia 25.
Quando se é criança esta época é vivida mais intensamente, embora já adulta, continue a gostar muito do Natal. Eu própria preparo tudo: a ementa da noite de Natal (pensada ao mais ínfimo pormenor), os doces (principalmente as rabanadas, a minha grande especialidade) e toda a decoração natalícia. Na noite de 24, o mais importante é ter quem amamos ao lado e desfrutar ao máximo depois de intensos dias de azáfama.
Gosto de uma mesa composta, sem excessos, gosto dos presentes debaixo da árvore. Gosto. Não pertenço ao grupo de demagogos que todos os anos por esta altura nos ‘brindam’ com as mais desoladoras imagens, sobretudo vindas de terras de África. Esses casos têm que ser chamados à atenção durante todo o ano.
Infelizmente não posso mudar o mundo. Infelizmente não posso proporcionar um Natal melhor a milhares de pessoas que morrem à fome todos os dias. Felizmente posso ter um Natal decente e proporcioná-lo aos que mais amo. É por isto que agradeço em todos os Natais. Pedir a paz e um mundo melhor não chega, mas de momento é a única prenda que posso dar. Feliz Natal.

18 dezembro 2006

Abaixo a segunda-feira!

Segunda-feira. Trabalho chato. Raiva por não ter podido ficar em casa (snif, snif). Mau humor. O que me resta? Fazer uma pausa ‘kit-kat’, ouvir uma musiquinha e actualizar este blog (uma vergonha!). Ah, e pensar no bacalhau com migas de ontem! Hummmm… bela comida (Konspiry por favor, tens que me dar aquela receita, antes que a minha criança nasça com cara de broa). Mas enfim, hoje tenho que dizer mal da segunda-feira. Raio de dia! Raio, raio, raio! Devia de haver uma lei que nos proibisse de começar a trabalhar à segunda-feira. Oh dia malvado!
Pronto, agora que já descarreguei toda a minha raiva na segunda-feira, vou trabalhar e pensar que já é sexta. De qualquer forma… abaixo a segunda-feira. Tenho dito.

04 dezembro 2006

Paga e não bufa

Já não bastava as intermináveis filas, todas as manhãs, (para chegar a Almada) por causa do acesso à Ponte 25 Abril, agora também as obras de alargamento da A2 estão a deixar os utentes desta via de cabelos em pé (incluindo eu!). Além de termos que pagar (1,20€ ida e volta) para utilizar este troço de auto-estrada ainda temos que levar com o piso em mau estado e labirintos de ‘pins’ já para não falar do perigo em que se tornou esta via, sempre que chove.
É inacreditável que alguém se tenha lembrado de realizar obras deste porte (alargamento de duas para três vias) sem conceber alternativas válidas. Sim, porque reduzir para uma única via a passagem de milhares de carros à sexta-feira, em hora de ponta, quando todos estamos cansados de uma semana de trabalho e só queremos chegar a casa, tomar um duche e calçar as pantufas, não é, com toda a certeza, uma alternativa viável. Mas mais inconcebível é termos de pagar para passar por tudo isto. Ok, podem dizer que existem alternativas às auto-estradas, onde não precisamos de pagar. Claro que existem, mas neste caso essas alternativas estão todas esgotadas, precisamente porque também elas estão a sofrer obras de reabilitação. Isto é mesmo caso para dizer, em bom português e à Zé Povinho, “paga e não bufa”. Realmente…