26 abril 2007

Jornalismo de luto

2006 foi o ano mais mortífero para os jornalistas, com cem mortos registados, segundo dados revelados pelo Instituto Internacional da Imprensa (IPI). Destes, 46 perderam a vida, vítimas do conflito no Iraque que, pelo quarto ano consecutivo, continua a ser o país mais mortífero.
Mas a revelação mais preocupante e de acordo com o IPI é que quase todos os casos foram "assassínios premeditados", chegando-se mesmo a falar em “guerra contra o jornalismo”.
O certo é que vários repórteres de cadeias mundialmente conhecidas foram mortos em conflitos como o do Iraque onde, desde o início da ofensiva já morreram 196 profissionais da comunicação.
Contudo, o caso mais flagrante continua a ser o da jornalista russa Anna Politkovskaya, que foi encontrada morta no elevador do prédio onde vivia, havendo suspeitas policiais de que se trate de um homicídio relacionado com a sua profissão.
O certo é que a repórter fez carreira como jornalista de investigação e, no âmbito da cobertura crítica da guerra na Chechénia, escreveu sobre assassínios, torturas e espancamentos de civis pelas forças russas, recebendo vários galardões de jornalismo.
O problema é que, mesmo em países onde impera a democracia, os jornalistas continuam a ser manipulados das mais variadas formas e se alguma ovelha resolve fugir do rebanho, as coisas acabam por se complicar, com a corda a rebentar para o lado do mais fraco.
Mesmo com todos os riscos, muitos são os jornalistas que arriscam a vida em prol da profissão, esperando que o seu sacrifício valha a pena pelo o rigor da informação. Só espero que todo este esforço não seja em vão, e que o lugar conquistado ao longo dos anos pela imprensa não sofra um retrocesso, e que o lápis azul da censura não volte a sair da gaveta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sao numero assustadores e e' uma tristeza ver alguns dos que tentam fugir 'as pressoes serem ceifados...